Mysore, India
Setembro 2008
“… a primeira condição do pensamento
correcto é a sensação correcta – a primeira condição para entender um país
estrangeiro é cheirá-lo”
T.S.Eliot “Rudyard Kipling”
Masala Chai é o nome do chá mais bebido na Índia. De norte a
Sul do Subcontinente em qualquer casa, loja ou comboio a primeira pergunta que
ouvimos é sempre: Chai? Oferecido como forma de hospitalidade ou vendido por
poucas rupias, um Chai acabado de fazer é uma dádiva dos Deuses (certamente de
um dos milhares de Deuses do panteão Hindu).
Masala significa mistura. No caso do chá, mistura de
especiarias: gengibre, canela, e cardamomo, fervidos com chá preto, ao qual se
adiciona no final um pouco de leite.
Masala significa mistura, também no caso da India. Mistura
de cores, de cheiros, de pessoas , de sensações e emoções.
Uma visita a um mercado Indiano é uma viagem para os
sentidos. A explosão de cores intensas das tinturas que tingem os coloridos
Saris, fazem vibrar os olhos de qualquer europeu mais cinzento. A mistura de
cheiros baralha o nosso olfacto. Cheiros maravilhosos e exóticos aguçam-nos o apetite.
Misturam-se com cheiros menos bons. Cheiros de sujidade, de probreza, cheiro de
animais, de poluição.
Os vendedores apregoam os seus produtos, treinando algumas
palavras de inglês com os turistas que passeiam. Sorriem e ajeitam-se para a
fotografia da praxe, enquanto aproveitam para tentar vender as suas iguarias.
As bancas exibem a fruta apelativa e coloridas numa
combinação perfeita com a roupa das mulheres que vagueiam pelo mercado e os
vegetais frescos estão cuidadosamente arrumados de forma metódica por
categorias e cores. A organização das bancas contrasta com o caos lá fora. É
isso a India. Os contrastes, a mistura, a masala. Como o Chai.
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